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1) Quais as principais vias de exposição?



A principal via de exposição é a via oral, maioritariamente apresentada na forma de papéis impregnados com LSD [1]. Pode ainda ser administrado por inalação, via sublingual e via intravenosa.


 

2) Quais os seus principais efeitos tóxicos?

A toxicidade do LSD manifesta-se principalmente a nível do sistema nervoso central (maioritariamente sistema simpático), com alterações de humor, pensamento, e sensitivas (visualização e audição de coisas que não existem; o consumidor habitual desenvolve normalmente a perceção de que o que está a ouvir não é real). [2]

Efeitos cognitivos:  A toma de LSD diminui a capacidade psicomotora, com aumento do tempo de reação e diminuição da coordenação corporal; à parte disto, podem verificar-se défices de atenção/concentração, e diminuição da resposta a estímulos. [3] A memória pode ser também afetada.



Efeitos somáticos: uma vez que o LSD atua principalmente a nível do sistema simpático, a sua ação pode desencadear uma excitabilidade e ativação dos centros corticais superiores que a nível muscular pode resultar em midríase (dilatação da pupila), a nível cardiovascular taquicardia (aumento da frequência cardíaca) e elevação da pressão sanguínea; pode ainda potenciar taquipneia (aumento da frequência respiratória), hipertermia, hiperglicemia.[2],[3] 

Sudorese, salivação, náuseas, rabdomiólise (lesão do tecido muscular)  e contrações uterinas podem também verificar-se.

Complicações psiquiátricas: têm sido reportadas muitas complicações psiquiátricas após a toma de LSD, sendo que as mais comuns são ansiedade, pânico (que pode ser resultado de sentimentos de terror e desespero) que caracterizam as denominadas “bad trips” ou “más viagens”. Como resultado da instabilidade psiquiátrica pode verificar-se ainda depressão e paranoia nos dias subsequentes.


No entanto, o LSD pode também apresentar um efeito a longo prazo, designado por desordem persistente da perceção por alucinogénios (HPPD -Hallucinogen persisting perception disorder) [4].

Esta desordem, que pode ocorrer semanas a anos após supressão da toma de LSD, caracteriza-se por um aparecimento inesperado e não isolado de alucinações e é também típico de outros alucinogénios (como o canábis, por exemplo).

Consiste numa alteração a nível visual que começou a ser investigada nos anos 60, quando se verificou que consumidores de LSD podiam apresentar alterações visuais, pré-esquizofrenia e desordens de pensamento devido a efeitos cerebrais desta droga de abuso a longo prazo.
 

Estes flashbacks foram melhor descritos em 1983, e constam em intensificação da cor observada, observação distorcida dos objetos (ver um halo em redor do objeto), visualizar objetos não presentes e alucinações geométricas (que consistem em observações semelhantes às verificadas na toma de LSD, com uma perceção visual de algo como brilhante ou observar algum tipo de padrão).
 

As alterações visuais parecem dever-se a uma alteração a nível sinático na área visual inferior (provavelmente no córtex visual primário – responsável por processar a informação visual recolhida) .
No entanto, a frequência, duração e intensidade dos flashbacks tem tendência a diminuir ao longo do tempo de abstinência.

 


Apesar dos efeitos referidos, não existem casos de morte documentados por overdose de LSD. Casos de suicídio ou mortes acidentais podem dever-se a alterações comportamentais em resultado da agitação física e psicológica (por exemplo, tentativa de fuga às alucinações).


É importante ter em consideração a variabilidade interindividual pelo que diferentes sintomas podem ocorrer em diferentes indivíduos por doses semelhantes de LSD, podendo mesmo ocorrer bradicardia e hipotensão ao contrário do que seria esperado.

Parâmetros Toxicológicos

Referências



[1] http://www.emcdda.europa.eu/publications/drug-profiles/lsd (Acesso: 15/Maio/2013)



[2] Guerreiro D., Carmo A. et all (2011). Club Drugs um novo perfil de abuso de substâncias em adolescentes e adultos, Acta Médica Portuguesa, 24, 739-756

[3] Passie T., Halpem J. et all (2008). The pharmacology of lysergic acid dietylamide: A Review. Neuroscience & Therapeutics, 14, 295-314.

[4] - Kipatrick, Z.P., Ermentrout, G.B (2012).Hallucinogen persisting perception disorder in neuronal networks with adaptation. J Comput Neurosci 32:25–53

Retirado de[3]

Retirado de[3]

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